domingo, dezembro 16, 2018

PROFESSOR NÃO É EDUCADOR - Por Wagner F. Barbosa.


‘Professor não é Educador’ é o título de um livro de Armindo Moreira ao qual recomendo a todos. Ensinar e educar são duas coisas diferentes, mas que acabaram por se confundir na cabeça da maioria das pessoas. Educar não é o mesmo que instruir. Pode-se ser muito instruído e pouco educado assim como ser analfabeto e bem educado. Cada um de nós tem um nível de instrução e educação diferente uns dos outros. 
  Nesse sentido, o termo “Ministério da Educação” não é bem visto e causa medo se nos lembrarmos do “Ministério da Verdade” do livro ‘1984’ de George Orwell, cujo objetivo único era o de emburrecer a massa para um melhor controle social. Ao Estado cabe ajudar na instrução ou ensino da população, mas não na Educação. Devemos sempre desconfiar do Estado. 
  Educar está ligado à absorção de sentimentos, hábitos, costumes, valores e princípios morais, culturais e religiosos. Instruir está relacionado ao fornecimento de conhecimentos e habilidades técnicas para o exercício de uma profissão ou outra atividade qualquer. Não é missão do professor educar o aluno – daí a expressão “Meus alunos, minhas regras!” não fazer o menor sentido. Essa missão pertence aos pais e a família. O professor, portanto, não deve ter o título de educador. Não devemos deixar o Estado assumir o papel de “educador” dos novos cidadãos que a cada ano chegam ao mercado escolar. No entanto, cabe lembrar que os pais tem negligenciado sua responsabilidade na educação dos filhos e por isso já podem ser penalizados na forma da lei como consta na constituição e no Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 O Projeto Escola sem Partido vem também com o propósito constitucional de assegurar aos pais e alunos que a Escola e o Estado respeitem as diferenças entre o seu papel e o da família. Nesse sentido, encerro com as palavras de Max Weber ao dizer: “O verdadeiro professor se impedirá de impor, do alto de sua cátedra, uma tomada de posição qualquer, seja abertamente seja por sugestão... A um professor é imperdoável valer-se de tal situação para buscar incutir, em seus discípulos, as suas próprias concepções políticas, em vez de lhes ser útil, como é de seu dever, por meio da transmissão de conhecimentos e de experiência cientifica”. 

Ciência e Política – duas vocações  p. 45-47

Ass. Wagner Ferreira Barbosa.

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